Esta semana um amigo dentista me disse: “Quem preocupa demais com anatomia é protético, dentista se preocupo principalmente é com a adaptação.” E me fez pensar seriamente sobre essa obsessão que temos em “copiar a natureza”. Talvez fosse mania de perfeição? E isso eu tenho. Ou seria nossa busca em ser “Deus”? Não sei bem, talvez nem Freud explique! Ainda mas eu que já abandonei a clínica psicológica para me dedicar a buscar a perfeição.
Esse assunto é pertinente porque me fez voltar para outro lado da moeda, o que é que meus clientes realmente querem? Uma vez mandei para um amigo dentista ver uma obra de arte (a meu ver) um dente (1° molar superior) deste de curso que temos espaço e o antagonista é perfeito. Bem nesse caso dá para caprichar nos detalhes, e segundo Paulo Kano tentar imitar a natureza. Era um dente com sucos profundos, pinturas internas e externas, aqueles que nos dedicamos um bom tempo. A frustração foi grande quando recebi um elogio é ao mesmo tempo uma balde de água fria. Ele disse “que o dente ficou maravilhoso, perfeito, mais não faz assim para mim não”.
A verdade é que esse tipo de dente se parece com um dente de um pré-adolescente, daqueles que vemos em pacientes que o dente acabou de erupcionar, são dentes jovens com pouco ou nenhum desgaste. E os pacientes dos quais fazemos as próteses dentárias a maioria estão na chamada meia idade e na melhor idade. Quando fazemos um dente deste para nossos pacientes ele destoa. Parece que aquele dente não te pertence. Ele chama mais atenção principalmente sua pela beleza em relação as outros que já sofreram desgostes. Então vamos usar o bom senso e como disse Antoine de Saint-Exupéry em o pequeno príncipe “O essencial é invisível aos olhos." Lembrando principalmente que devemos seguir o gosto do cliente. Tenho clientes que adoram esse tipo de trabalho.