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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

INCLUSÃO, ACRILIZAÇÃO E POLIMENTO EM PRÓTESE TOTAL

Removidas da boca do paciente, as próteses enceradas devem ser incluídas no menor espaço de tempo possível. Grandes partes das alterações ditas de polimerização resultam de alterações na cera, que podem ocorrer enquanto se aguarda a inclusão em muflo. A base de prova será fixada ao seu respectivo modelo, com auxílio de cera rosa e o conjunto, imerso em água fria, para hidratar. Toma-se o cuidado de hidratar o modelo, para que este faça corpo com o gesso da contra-mufla, a fim de evitar seu deslocamento, durante as fases de prensagem. Após hidratação do modelo, o conjunto será fixado na mufla, com gesso "comum". Aguarda-se a presa do gesso quando constroi-se um reforço, em gesso "pedra", em torno dos dentes artificiais. Pode-se ser utilizada também a silicona laboratorial (Zetalabor) sobre os dentes, cobrindo-os totalmente e fazem-se retenções na silicona.

A superfície do gesso será isolada; a contra-mufla preenchida com gesso "comum" e levada a prensa manual ou de microondas, onde se aguarda a presa final do gesso. Após a presa final do gesso, imerge-se a mufla em água quente, para amolecer a cera.
A abertura deve ser cuidadosa, pois se corre o risco de fraturar o modelo.
Removem-se a base de prova e os excessos de cera. Com água em ebulição, lavam-se as partes internas da mufla, removendo todo o resíduo de cera. Seca-se com jatos de ar e aguarda-se o resfriamento natural. Isola-se: todo o gesso do modelo e contra-modelo, com isolante para resina, tomando cuidado para não estender o isolante sobre as faces cervicais dos dentes artificiais.

A resina acrílica será manipulada, segundo as normas do fabricante, aguardando a fase plástica para o entulhamento da mufla. Preenchida totalmente, leva-se a mufla à prensagem. O melhor resultado será obtido utilizando uma prensa hidráulica, quando podemos regular, tanto a pressão quanto o escoamento da resina. Pressão inicial da ordem de 500 kg. propicia o escoamento contínuo e uniforme da resina; ao final do escoamento, elevamos a pressão, paulatinamente, até 1.500 kg., quando temos a certeza do completo fechamento da mufla. A mufla será levada a uma prensa individual; preferencialmente, prensa de molas, para a fase de polimerização.

A reação de polimerização da resina acrílica é uma reação exotérmica. Assim sendo, quando se eleva a temperatura da água do banho e se inicia a polimerização propriamente dita, a temperatura da massa de resina aumenta (proporcionalmente ao seu volume) em valores maiores, do que a temperatura externa. Levando em consideração que, a temperatura de ebulição do monômero está na faixa de 100,8ºc.; quando a temperatura do banho ultrapassa 75ºc., a temperatura interna da resina ultrapassa 100ºc.; o que pode levar o monômero residual a entrar em ebulição, causando porosidade na massa de resina. A presença de porosidade interna, mesmo que em níveis mínima afeta a resistência da base; aumenta o risco de fratura; aumenta o grau de sorção de fluídos bucais e interfere com a qualidade do polimento da resina. O ciclo lento de polimerização de cerca de 9 horas a 74ºC acrescido de 100ºC por mais uma hora determina uma acrilização de boa qualidade.

A polimerização com "ciclo rápido" a temperatura ambiente - aquecimento lento até 65°c.: reação exotérmica - (temperatura interna atingindo 100°c.); manutenção a 65°c. Por 60' - combinação monômero/polímero; aquecimento até 100°c. Em 30'; manutenção a 100°c. Por 60'- polimerização das porções mais finas; (anusavice 2005) resfriamento lento (natural) até temperatura ambiente. Há necessidade de controle permanente da temperatura, para evitar superaquecimento. O uso de um polimerizador tem a vantagem de manter a temperatura uniforme, durante longo período de tempo (pode ser ligado durante a noite), liberando o técnico ou o profissional, para outros afazeres. A abertura e desinclusão devem ser cuidadosas para evitar fraturas ou distorções da prótese acabada.

Removida a prótese da mufla, passa-se às fases de acabamento. Com pontas montada para resina, recortam-se os excessos, tomando o cuidado de não interferir com as bordas da prótese. Com tiras de lixa fina, montadas em mandril, dá-se acabamento na superfície externa, removendo as ranhuras causadas pela ponta montada. No torno de polimento, utilizando escova e "pedra pomes", iniciamos o polimento; continuado com escovas mais macias e "branco de Espanha", até o brilho final, com rodas de feltro. Não se deve exercer pressão, durante o polimento, para evitar aquecer e queimar a resina. Um alto grau de polimento é desejável, pois, além de eliminar a porosidade superficial da prótese, aumenta o conforto do paciente. Não utilizar polidores para metal: esses produtos contêm solventes, derivados de petróleo, em sua composição, que podem atacar a superfície da resina acrílica. A prótese terminada deve ser instalada no menor espaço de tempo possível. É uma característica das resinas acrílicas, o fenômeno da sorção. Por outro lado, se a prótese for mantida em ambiente seco, poderá haver perda de água e possíveis alterações dimensionais.

Técnica de caracterização do Sistema STG- técnica de microondas
A técnica de inclusão de microondas é semelhante à técnica convencional. As mufas são de fibra de plástico reforçado e são utilizados em forno microondas. Para a eliminação da cera em microondas coloque a mufla sobre um recipiente com água por 2 minutos na temperatura máxima, remova a chapa de prova e colocam-se porções de algodão na contramulfa, desparafuse-a e deixe por mais 2 minutos. Após essa etapa, antes da acrilização, é conveniente colocar a mufla em uma caixa umidificadora, a fim de evitar o ressecamento do isolante. A acrilização das próteses feita pela técnica de caracterização do Sistema STG apresenta a respectiva escala de gengivas. De acordo com a cor da escala de gengiva enviada pelo dentista e utilizando a orientação do livro que acompanha o Sistema STG, acriliza-se a prótese com muito cuidado, deixando–se a mufla descansar na prensa por no mínimo 12 horas e após o descanso, promove-se a polimerização da resina, que poderá ser em água quente ou no forno de microondas. Se formos polimerizar em água quente, pode utilizar os seguintes ciclos:

1. Ciclo Australiano ou de Tuckfield, Womer e Guerin
Coloca-se a mufla em água fria, em uma polimerizadora com termostato regulável e procede-se da seguinte maneira:
 30 minutos para aquecer até 65ºC;
 Manter a mufla em 65ºC, por uma hora;
 Deixar a temperatura elevar de 65ºC até 100ºC, o que demorará 30min;
 Manter a mufla a 100ºC, por uma hora;
 Desligar e deixar esfriar.

2. Ciclo adaptado do Australiano
Coloca-se a mufla em um recipiente com aproximadamente oito litros de água fria, sobre um fogão residencial e procede-se da seguinte maneira:
 Fogo aceso em chama fraca por 30min;
 Apagar a chama, descansando 30min;
 Acender novamente em chama fraca e deixar por mais 30min;
 Elevar para chama forte e quando a água ferver, deixar por uma hora;
 Desligar o fogo e deixar a água esfriar.

3. Ciclo Termo-Pneumo-Hidráulico
Coloca-se a mufla em água fria, em uma polimerizadora que marque pressão e temperatura. Fecha-se e procede-se da seguinte maneira:
 Injetar 60 libras de ar comprimido;
 Ligar na energia elétrica até a temperatura chegar em 110ºC;
 Desligar e deixar a temperatura chegar em 40°C;
 Ligar novamente até a temperatura chegar em 110°C;
 Desligar e aguardar o resfriamento da água.

Polimerização da resina em forno de microondas
 10 min. a 30% de potência;
 Mais 5min a 0% de potência;
 Mais 10min a 40% de potência.
Obs.: deixar esfriar normalmente.